Neste artigo fazemos uma síntese dos significados astrológicos de Saturno.
Saturno tem a regência, segundo a astrologia Jyotish, dos signos Capricórnio e Aquário e fica exaltado no signo Balança, debilitado no signo Carneiro. Tem a regência natural da 10ª e da 11ª casas.
É um dos planetas lentos, levando entre 28 a 30 anos para orbitar o Zodíaco e cerca de dois anos e meio para transitar por um signo.
Como o seu nome grego indica (Chronos) Saturno está associado ao tempo e à passagem do tempo, razão pela qual significa a longevidade e a velhice.
Significa também que as ações realizadas no passado, seja este remoto ou mais próximo, acompanham sempre o indivíduo e a memória cósmica dos seus efeitos permanece registada para futuros ajustamentos, sejam estes sentidos sob a forma de eventos difíceis, de acordo com a lei «toda a energia que lançarmos no universo retorna para nós» inevitavelmente.
Quando está colocado num signo, Saturno faz surgir o dever de atuar de acordo com os significados desse signo. Representa autoridade e disciplina, o professor estrito que obriga a aprender as lições representadas pela sua colocação numa casa e signo, ao longo do tempo (repetindo-as, até serem aprendidas).
Saturno era, entre os romanos antigos, o fundador da ordem social e da civilização, representando a aceitação, por parte dos membros da sociedade, das regras e das leis que garantem a manutenção da ordem e a estabilidade da sociedade.
É, deste modo, um símbolo da regulação da vida humana coletiva na sociedade e do conformismo social.
Era também visto como o deus da agricultura, em parte porque esta marcou o fim da vida nómada e a fixação das pessoas numa determinada terra de forma permanente, permitindo a organização social com as suas regras e instituições.
Sendo o planeta que, nos tempos antigos, demora mais tempo a orbitar o Zodíaco, o ciclo de Saturno (conectado com o de Júpiter que leva apenas 12 anos a completar a órbita em torno do sol), foi sempre visto como tendo significados especiais, tanto para o indivíduo como para a massa da sociedade.
É por isso que o seu ciclo está associado à maturidade do ser humano, sendo os seus retornos à posição natal, a cada 28-30 anos, vistos como ciclos de maturação e também de desenvolvimento de sabedoria a partir da experiência de vida.
Os ciclos de Saturno marcam, deste modo, o desenvolvimento individual e das sociedades. Porém, sendo também o significador do tempo, Saturno está inevitavelmente ligado à ideia de envelhecimento, decadência , morte e destruição.
Assim, simbolicamente, de cada vez que regressa à posição de nascimento, Saturno permite a destruição do ciclo anterior e do karma associado (depois de «pago» bem entendido) e o surgimento de um novo ciclo que é, na verdade, um renascimento e no qual uma «onda» diferente de karma será desenvolvida
Saturno representa tanto o karma pessoal como o karma ligado à raça e ao clã, representa todas as obrigações e deveres que o indivíduo tem de assumir, tanto no plano pessoal (deveres para com a família e a sociedade) como social- a necessidade de contribuir para o todo, e que é preciso aceitar porque o todo da sociedade tem prevalência sobre os desejos individuais.
Saturno é considerado o maior maléfico, pela sua rigidez, frustrações que causa com frequência, deveres pesados que inflige , por estar associado à destruição e morte, por representar obstáculos e atrasos na área em que se encontra e simboliza, por restringir e contrair, contrariando a tendência natural da expansão da vida.
Saturno representa a cristalização do mundo da forma em associação com a matéria e, por isso, solidifica a energia de vida, onde quer que se encontre.
Embora não impeça completamente o crescimento, retarda-o e pode torná-lo bastante penoso , exigindo trabalho, esforço e muito tempo para chegar à concretização.
Saturno representa a «lei do karma»: assim como semeamos, assim colhemos. Nele não existe espaço para o perdão nem para o otimismo ou esperança (estes são representados por Júpiter, princípio da expansão).
Está associado à servidão, à identificação da vida como o processo mortal de desenvolvimento na carne com todo o sofrimento associado e potencialmente aumentado pelas más escolhas que vão alimentando o karma.
Nesta medida, representa a «lei cega» e automática, que exige a estrita retribuição em relação a todo o tipo de energia que se lança ao mundo através da ação. Com Saturno «a Natureza não dá saltos» e o desenvolvimento faz-se lentamente, passo a passo, com esforço, como convém a um ser limitado e marcado pela imperfeição e pela inevitabilidade da morte.
Com Saturno, a vida é dor, esforço, sofrimento e servidão, com a obediência estrita ao poder da autoridade.
Determinismo e não liberdade, é o que é permitido por esta energia, que lembra a cada ser humano que este apenas pode atingir aquilo que lhe for permitido pela regra e pela lei.